Conexão tem tudo a ver com o sexo tântrico. Mais do que uma filosofia, o tantra é sentir a voz do corpo, inclusive a do corpo do outro, que fala por meio dos nossos cinco sentidos.
Dessa forma, o tantra é democrático. Trata-se de uma prática simples para conduzir o ser humano a um estado de supraconsciência, uma conexão plena e transcendental.
Logo, tantra significa “tecer e expandir a energia”. Em outras palavras, é uma forma lenta de fazer sexo, que liga corpo e a mente como linha e agulha que tecem conexões intensas e transcendentais.
O que é o sexo tântrico e o tantra?
Embora a origem do sexo tântrico date de 5 mil anos atrás, o corpo humano não mudou e a técnica milenar continua atual e eficiente.
Historicamente, a prática surgiu entre o povo drádiva, que vivia na região norte da Índia, com forte ligação com a religião hindu.
No entanto, não há nenhuma restrição religiosa para o tantra que, em suma, se refere a um caminho, uma prática que leva a uma conexão mais profunda com o eu e o outro.
Não por acaso, a prática tem se popularizado no ocidente como uma maneira de conectar o casal e contribuir para a qualidade sexual.
Inclusive, o sexo tântrico vai na contramão do ritmo acelerado do ocidente, que se move pela lógica do consumo e do desempenho.
Afinal, ele rompe com a armadilha em que muitos casais acabam caindo: a do sexo instantâneo e feito no piloto automático.
Assim, o sexo tântrico é capaz de unir dois corpos e fazê-los transcender juntos em energia.
Pilares do sexo tântrico
O objetivo do sexo tântrico não é o orgasmo, mas é claro que ele pode acontecer, inclusive a técnica contribui para clímax intensos e de maior duração e frequência.
Entretanto, para que uma relação sexual seja considerada tântrica ela deve possuir quatro pilares fundamentais:
- Consagração
- Transfiguração
- Brahmacharya
- Sublimação
1- Consagração
Sexo é sagrado. Portanto, o tantra em nada tem a ver com banalização, promiscuidade ou orgias.
Nesse sentido, a prática envolve total consciência e consensualidade e nada deve ser feito de maneira imprudente.
Por isso, antes de começar o sexo tântrico, há um momento de reflexão entre o casal, que consiste na consagração.
É o momento em que se reverencia o ato e o oferece ao seu deus, seja lá qual for. Pode ser até a natureza.
O importante, além do aspecto espiritual, é o de valorizar o templo do outro – que é o seu corpo.
2- Transfiguração
Na transfiguração há a elevação do ato, em que se reconhece o milagre do seu corpo e do corpo do outro.
Nesse momento, o casal é livre para se expressar e fazer a observação que quiser, sendo a mais comum a troca de olhares.
Afinal, os olhos são a janela da alma, não é mesmo?
Cada um deve enxergar no outro algo além da matéria. Deve reconhecer o divino, ou qualquer coisa maior e mais profunda, para elevar aquele corpo.
3- Brahmacharya no sexo tântrico
Brahmacharya é o controle do orgasmo. No caso dos homens, é a ejaculação, e das mulheres o clímax clitoriano.
Assim, a prática permite aos parceiros explorar outros tipos de prazer e tirar o foco dos genitais.
Nessa parte, o casal pode degustar de novos prazeres por horas seguidas, ao controlar a resposta do corpo por meio da mente, o que demanda muita paciência e intimidade entre os parceiros.
Para conseguir fazer o sexo tântrico de forma satisfatória dominar o brahmacharya é essencial.
4- Sublimação
Para elevar o sexo até um nível sensorial e de maior consciência, o casal deve treinar técnicas de respiração, meditação, e até posturas de yoga para a sublimação do ato.
O que consiste em muita cumplicidade e intimidade do casal.
10 dicas de como praticar o sexo tântrico
1- Ambiente
Tudo impacta os nossos sentidos, por isso é importante que o sexo tântrico aconteça em um ambiente limpo, organizado e aconchegante.
2- Sensorial
Além do ambiente que desperta os sentidos da visão e do tato, é possível otimizar a prática com o uso de velas aromáticas e incensos.
Uma música relaxante e sensorial ao fundo também ajuda para que o casal entre em conexão, bem como o uso de plumas e óleos corporais durante os toques.
3- Sexo tântrico não requer pressa
O tantra requer tempo, espera e conexão: algo difícil em tempos modernos de relações e afetos líquidos.
Portanto, nada de pressa! Desligue o celular, certifique-se de não terá nenhum compromisso nesse dia e reserve esse tempo para estar, de fato, presente no aqui e agora com a pessoa amada.
4- Esvazie a mente
O sexo tântrico não é hora de pensar em trabalho, boletos ou qualquer outra preocupação.
Então, esvazie a mente e tente se esforçar em manter o foco no momento, inclusive sem criar expectativas no ato em si.
5- Explore seu corpo
Antes de tocar o corpo do outro, sinta o seu corpo e a sua respiração. Com as pontas dos dedos explore seu rosto, boca, orelhas, pescoço, braços, seios, nádegas, coxas… Não se preocupe com os genitais à princípio.
6- Toque o outro
Repita os movimentos com as pontas dos dedos, agora no corpo do outro, ainda mantendo o foco na respiração e sentindo o toque, em que há uma troca intensa de energia.
7- Faça o abraço tântrico
O abraço tântrico, ou Yab Yum, trabalha as polaridades entre o feminino e masculino, o que aumenta a conexão do casal por meio da respiração.
Nesse sentido, para realizar a posição, o homem vai se sentar com as pernas cruzadas, enquanto a mulher se posiciona em seu colo, ao mesmo tempo em que entrelaça as pernas no quadril do parceiro.
Os dois vão permanecer nessa posição por algum tempo e vão sincronizar a respiração, de forma que o ar expirado pela mulher seja respirado pelo homem e vice-versa.
Assim, se cria uma espécie de respiração circular e os batimentos do coração se sincronizam.
8- Beijos suaves
Tudo no sexo tântrico é leve, profundo e demorado.
Portanto, na hora do beijo, faça-o delicadamente, começando pela parte superior do lábio, depois a parte inferior.
Quando partirem para o beijo de língua, ela deve se movimentar também de forma lenta, para que cada um possa sentir o toque.
9- Massagens no sexo tântrico
No sexo tântrico existem massagens específicas como a Yoni, que se concentra na vulva, e a Lingam, exclusiva para o pênis. Ao contrário da masturbação, essas massagens consistem em estimular pontos adormecidos, o que pode sim levar ao orgasmo, aliás, mais intensos e longos.
Mas, além dessas massagens, vocês podem explorar todo o corpo e usar óleos próprios para deixar o toque mais agradável.
A ideia é percorrer com os dedos cada zona erógena de forma suave e sem pressa, a fim de sentir cada pedacinho do corpo.
10- Pode deixar a penetração para o final
A penetração não precisa acontecer no sexo tântrico. Mas, quando acontecer, que seja no final, para que o orgasmo seja retardado o máximo possível.
Por fim, o tantra é uma forma de nos libertar de traumas e pensamentos negativos que nos castram e nos limitam. Seus fundamentos são a confiança, a entrega, a conexão profunda, a compaixão e o amor.
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